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Criança aprende quando desperta interesse e curiosidade | Sua Criança Consciente

Bases filosóficas do meu pensamento

Criança aprende quando desperta interesse e curiosidade | Sua Criança Consciente

A história nos fornece fontes consideráveis sobre o pensamento, ações e proposições de personalidades que influenciaram políticas e práticas no campo da educação. São pessoas que se destacaram pelo seu caráter inovador, pelas pesquisas, métodos, atividades que impactaram a sociedade do seu tempo e que são debatidas até os dias de hoje. Mesmo aqueles que nada deixaram escrito – apesar de não termos evidências de que sejam de fato autores das ideias que lhes atribuem – continuam presentes na nossa compreensão sobre o assunto.

Educação é assunto do dia. De todo dia. Não há como ignorá-la ou não valorizá-la nas relações que estabelecemos. Ela movimenta o desenvolvimento humano por meio da  aprendizagem  e do ensino – um  processo contínuo, de via dupla, que facilita a aquisição e troca de conhecimento, o reconhecimento e o fortalecimento das nossas potencialidades. Ela promove descobertas e aperfeiçoamento de habilidades. Uma breve linha do tempo de personalidades que orientam a educação são apresentadas no final deste artigo, oferecendo uma perspectiva de seu entendimento como agente de transformação da sociedade.

"Educação começa no momento do nascimento“, afirmou com veemência Gerd Schäffer, professor de Ciências da Educação e de Pedagogia da Primeira Infância, da Universidade de Colônia, e da Universidade de Artes, de Bremen, ambas cidades alemãs, ao apresentar publicamente sua tese sobre educação, chamando profissionais da área e candidatos à discussão. Schäffer defende a ideia de que, ao se usar o termo “Educação na Primeira Infância“, não se deve simplesmente substituir conceitos, ou seja, em vez de dizer “aprender“, dizer “educar“, mas sim descrever um pano de fundo, referindo-se às pesquisas cognitivas sobre bebês e crianças pequenas, realizadas até a época.

A base da formação biográfica

Passados quase 20 anos desde que apresentou suas dez teses da educação nos primeiros anos de vida do ser humano, a visão de Schäffer de que o processo seria holístico e de que estaria direta e naturalmente ligado ao meio no qual a criança se desenvolve, continua atual. Essa visão, ao que me parece, já foi compartilhada por outros pensadores, mas ele a ordena e trabalha de modo particular.

Sua ideia central é de que a criança, desde o nascimento, dispõe de equipamentos básicos que a tornam apta a perceber e se comunicar, e de que, com o despertar do interesse, aprende por iniciativa própria. Há muito partia-se da premissa de que os bebês seriam seres passivos, indefesos e incapazes de entender as relações do mundo que os cercava. Sabe-se hoje que recém-nascidos dispõem de habilidades cognitivas e sociais surpreendentes. Schäfer foi um dos precursores do conceito “bebê competente“ e “criança competente“, reivindicando que a educação infantil seja levada em alta consideração no sistema educacional, pois seria a base da formação biográfica do indivíduo.

Considerando a educação um processo coconstrutivo, visto que o “aprendiz“ desempenha um papel ativo e pleno ao longo da vida, os pais deveriam estar conscientes, nessa fase inicial, de que a aprendizagem não deve ser imposta; ela se daria por meio do processamento de informações e de impulsos, na própria criança. Esta dependeria, por outro lado, do suporte dos pais ou daqueles que os substituam legitimamente, ou daqueles com quem já tenha construído um relacionamento. Esse apoio se traduziria tanto na organização de formas, para a criança, de adquirir conhecimento, quanto na sua interação com terceiros. Ou seja, criando oportunidades.

Isso inclui uma observação precisa de suas inclinações, das suas constantes atividades, como também da aceitação de suas perguntas e tentativas de interpretação. Crianças desejam explorar por si mesmas, portanto instruções e mediação do conhecimento seriam métodos que não corresponderiam às suas necessidades, nesse período. O aprendizado dependeria da sua própria motivação e experiências. A tarefa primeira da educação infantil, concluindo, seria a de propiciar meios à criança de desenvolver-se a partir de suas próprias descobertas, antes que venha a se beneficiar das instruções de terceiros.

Partindo desse raciocínio, educar seria, ao contrário de configurar o pequeno cérebro com conhecimento e normas, oferecer-lhe possibilidades de desdobramentos. Quem nunca se chafurdou na lama ou não caiu ao aprender a andar de bicicleta, não conhece a lama ou esse tipo de queda. Não se quer dizer, com isso, que se deva deixar a criança fazer o que quer, nem descuidar da sua proteção, e sim encorajá-la, proporcionar-lhe chances de exploração e lhe dar assistência, pois quando ela tem o impulso, quando é movida por curiosidade, ela se lança ao conhecimento.

Personalidades que nortearam a educação

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Confúcio (551- 479 a.C)
 

Pensador e filósofo chinês, Confúcio era o nome latino do mandarim chinês Kong Qiu, sendo Qiu o nome próprio e Kong, de família. É reverenciado como Kong Fuzi - Fuzi significa “mestre“. Conta-se que fundou sua escola quando tinha cerca de 30 anos e conquistou reconhecimento pela habilidade que tinha em “rituais“. Usou seu prestígio para entrar na política, atuando como conselheiro de príncipes e nobres do reino de Lu e de outros Estados vizinhos.

 

Aos 50 anos, tornou-se oficial do Reino e, um ano depois, ministro da Justiça. Ele teria organizado uma campanha para enfraquecer o poder de três clãs aristocratas, campanha que fracassou e comprometeu o seu futuro político. Como consequência, exilou-se nos reinos vizinhos por 14 anos até que um oficial graduado, que tinha sido seu aluno, o ajudou a se reinstalar no Reino de Lu. 

Os cinco anos anteriores à sua morte, ocorrida aos 73 anos, teriam sido os mais prósperos da sua escola, que durante a existência matriculou três mil alunos de diferentes estratos sociais, muito embora pareça ter havido objetivos diferenciados para as várias camadas sociais. A ênfase do pensamento de Confúcio estaria vinculada ao objetivo instrumental da educação, valendo-se dela como veículo para alcançar um objetivo que não o educacional em si mesmo, mas para treinar talentos leais ao governo.

Em seu livro “50 grandes educadores – De Confúcio a Dewey“, Joy A. Palmer descreve o propósito educacional de Confúcio como o de manter o status vigente. Nas palavras do filósofo: “aqueles que se destacam no trabalho devem aprender; os que se destacam no conhecimento devem assumir posição de superioridade em relação aos outros.“ A noção de funcionário-erudito, segundo seu pensamento, passou a ser então o primeiro fundamento para o exame imperial posterior.

Não apenas a educação intelectual, como também a educação moral, desempenhava importante papel na teoria e prática de Confúcio. Ele dizia que “controlar-se e retomar os rituais é próprio da natureza humana. Pois um homem de características humanas é aquele que, desejando se firmar, ajuda os outros a se firmarem; querendo ganhar consciência, ajuda os outros a ganhar consciência; e um homem de atributos humanos coloca o trabalho árduo antes da recompensa“.

Sócrates (469 - 399 a.C)
 

Dez anos depois, o foco da educação estava na Grécia. Nascido em Atenas, Sócrates não teria deixado escritos, assim como Confúcio. Suas ideias teriam sido compiladas pelos alunos Platão e Xenofonte, que se tornaram duas “autoridades“ contemporâneas no assunto.

 

Sócrates teria passado a maior parte da vida falando para os jovens. O seu método de ensino era baseado em perguntas, não envolvia transferência direta de informação, mas dava aos alunos a oportunidade de chegarem sozinhos à verdade.

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O Sócrates de Platão defende a ideia de educação como a maneira de voltar a alma em direcão  à verdade, literalmente convertendo-a em verdade, e isso é inteiramente compatível com a ideia de aprender como busca, e principalmente serve para enfatizar a noção de que existem verdades por aí, esperando ser descobertas. Uma concepção certamente socrática, observa Joy A. Palmer. Ela destaca ainda que o ponto central do pensamento de Sócrates estava na afirmativa "virtude é saber“. Significa não ser apenas necessário, como suficiente para o comportamento virtuoso, saber o que é bom ou mau para si mesmo por uma simples razão: todos desejamos nossa própria felicidade. “Se soubermos o que contribui para tanto, então não haverá nada – a menos que forçado pelas circunstâncias – que nos impeça de fazer o que deva ser feito.“

 

Sócrates pressupunha que não cabia a ideia de um self-irracional, ninguém faria nada errado voluntariamente. Se o fez, foi porque achou ter sido o melhor para si. Ele considerava que se quisermos influenciar a forma de as pessoas se comportarem, não haveria outro caminho senão conversar com elas e continuar conversando. Do mesmo modo, “se punir não ajuda muito as crianças, também não lhes ajuda a recompensa“. Não existe nada que substitua, exceto a curto prazo, o raciocinar com elas, explicando por que o que queremos que façam é bom para elas (se de fato o for).

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Platão  (427 - 347 a.C)
 

O discípulo de Sócrates teria pertencido a uma família aristocrática ateniense que estaria entre os trinta tiranos que governaram a “Cidade-Estado“, após sua derrota para Esparta. Assim sendo, ele pode ter corrido perigo depois do restabelecimento da democracia, durante a qual seu professor e amigo Sócrates foi condenado à morte. Platão teve que passar muitos anos fora de Atenas, alguns deles como tutor real e conselheiro político na Sicília. Quando retornou, criou a famosa “Academia“, uma comunidade filosófica que atraiu jovens de todo o mundo grego, inclusive Aristóteles. Há registros de que teria escrito e lecionado até os 80 anos de idade.

Seu instrumento literário preferido teria sido o diálogo filosófico. Mais de vinte subsistiram, alguns deles – como “O Banquete“ e “Fedro“ – tanto como obra prima da arte dramática quanto como investigação filosófica. Em quase todos esses diálogos, o orador principal é Sócrates, escreve Joy A. Palmer. Platão também nunca teria se separado verdadeiramente de algumas convicções de seu professor. Ambos estariam convencidos de que o mais importante tema da filosofia – e também da vida – era a moralidade. Platão defendia “a noção de que a educação é, acima de tudo, um treinamento de caráter“.
 

Enquanto a paideia (termo do grego antigo, que sintetizava a noção de educação) pode, de fato, “limpar e dominar um órgão mental que todos têm“,

é necessário um controle estrito do ambiente e da criação das crianças para que esse “órgão“ não se arruíne ou se torne cego (A República, 527)", acrescenta a escritora. O objetivo aparente das páginas de “A República“ dedicadas à educação era prescrever um programa pedagógico para gerar os “Guardiães ou Reis-filósofos“ que deveriam ser os governantes do Estado imaginário que Platão destaca no diálogo.

Aristóteles (384 - 322 a.C.)
 

Um dos maiores filósofos da educação de todos os tempos, Aristóteles estudou na Academia de Platão, e embora seja comum que alunos se deixem influenciar pelos seus mestres, ele contradisse alguns dos ensinamentos recebidos. Ao contrário de Platão, ele não acreditava que existissem duas ordens distintas de realidade, mas apenas uma percebida pelos sentidos.

 

“Falava de formas ideais não como entidades transcendentais, mas como um componente do objeto material real. Ao passo que o enfoque de Platão sobre conhecimento se propunha a pensar num mundo ideal de perfeição estável, a de Aristóteles era de examinar mais detidamente o verdadeiro mundo físico em que vivemos. Isso fez com que Platão fosse visto como um idealista e Aristóteles como um realista, no sentido de afirmar a realidade e a objetividade do mundo físico“, continua Joy A. Palmer.

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Aristóteles também rejeitou a teoria de Platão de que o conhecimento em cada um de nós seria inato. Segundo ele, o conhecimento começaria com o sentido da percepção – observamos objetos e eventos e com base nessa observação construímos em nossas mentes um princípio geral para entendê-los e explicá-los. Este é o processo da razão indutiva, que passa de observações particulares para conclusões gerais. E é também o primeiro método de raciocínio usado na ciência, em contraste com o método dedutivo da matemática.
 

Para o “macedônio“ - como ficou conhecido, pois embora tenha nascido na cidade grega de Stagira, cresceu na Macedônia e foi para Atenas aos 18 anos, a fim de completar sua formação -, “o verdadeiro desenvolvimento do novo conhecimennto ocorre geralmente por indução e o processo de aprendizagem é o de construir na mente uma imagem da realidade que corresponda ao mundo real (lá fora). O papel do educador seria o de auxiliar a criança a organizar o vasto leque de experiências empíricas, ajudar a construir alguma estrutura para todos esses elementos díspares.“

Numa nova perspectiva, o professor Olavo de Carvalho nos apresenta um Aristóteles não de todo compreendido, cuja ideia original ficou oculta por muito tempo, e que agora, mostrada à luz do dia, nos permite dela extrair os princípios de uma nova pedagogia. “Segundo Aristóteles, o conhecimento se constitui de uma série de filtragens, seleções e estruturações progressivas, que começam nos sentidos (na experiência) e culminam na estrutura racional do conhecimento. Esta, por sua vez, organiza racionalmente a ação, possibilitando uma nova forma de experiência, e assim por diante“, explica. 

“Cada faculdade que, na escalada cognitiva, vai entrando em ação, opera uma nova seleção entre o acidental e o essencial, e insere os conhecimentos obtidos numa estrutura cada vez mais ampla, coesa e funcional. O conhecimento não vem da experiência, nem da razão: vem da estruturação racional da experiência depositada na memória e depurada pela imaginação; estruturação essa que se molda, de um lado, na constituição do homem enquanto ser biológico e, de outro, nos princípios ontológicos universais captados intuitivamente e diversamente refletidos nas formas dos quatro discursos (poético, retórico, dialético e analítico)“.

Olavo de Carvalho revela um Aristóteles segundo o qual todo conhecimento tem origem, temporalmente, nas sensações, e que se nossos cinco sentidos não nos informassem sobre o que se passa fora de nós, nao teríamos o que chamamos de conhecimento. “Mas todos os bichos têm sensações, e neste sentido sabem tanto quanto nós. Se alguns bichos sabem mais do que os outros, a diferença não deve ser buscada nas sensações, e sim em alguma outra função, que neles tenham um desenvolvimento decisivamente superior. Esta função é a memória. O homem é o animal que tem a memória mais rica e diferenciada, e por isto sabe mais do que os outros animais.“ A imaginação, conforme Aristóteles, seria então a ponte entre o conhecimento sensorial e o pensamento lógico.

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Jesus de Nazaré (4 a.C. - 29 d.C)
 

Como não há evidências de qualquer documento de autoria própria, a existência de Jesus e todo o barulho que a exposição de seus pensamentos e seus atos teriam provocado em seu tempo, são volta e meia colocados em questão. O que, diga-se de passagem, não é típico em relacão aos demais pensadores. Mas, se o Jesus em referência é o Cristo, alguns poderiam perguntar como ele poderia ter nascido “quatro anos antes de si mesmo“. É que algumas fontes históricas se baseiam no Evangelho de Mateus, o qual afirma que Jesus nasceu no tempo de Herodes, o Grande, que morreu em 4 a.C. Portanto, o nascimento do Cristo pode ter ocorrido entre 7 a.C. a 7 d.C, embora uma grande parte dos historiadores aceitem o ano 4 a.C.

Já a crucificação de Jesus foi um evento que teria ocorrido, provavelmente, entre o ano 30 d.C. e 33 d.C, daí muitos historiadores aceitarem que Jesus tenha vivido em média 29 anos. De alguma forma, o consenso sobre o nascimento antecipa a chamada "Era Cristã", iniciada no ano Um, sugerido por Dionísio, monge versado em matemática e astronomia, que se celebrizou pela criação de um conjunto de tabelas para calcular a data da Páscoa, levando à introdução do conceito de anno Domini, o ano do Senhor, a contagem dos anos a partir do nascimento de Cristo.

Todavia, a figura de Jesus (ou o Jesus histórico) que chegou até nós é de uma pessoa nascida na Palestina, perto do final do reinado de Herodes, sendo filho de Maria e José, cuja árvore genealógica remontava ao rei Davi. Sua cidade natal, Nazaré, ficava ao sul da Galileia, a menos de 200 km ao norte de Jerusalém. A Palestina estava anexada desde 63 a.C ao Império Romano e era governada por reis indicados por Roma.

Pouco se sabe sobre sua infância. Acredita-se que ele tenha aprendido a ler e a escrever na sinagoga local, tendo a Torá (composta pelos cinco primeiros livros do livro sagrado da religião judaica) como referência. Segundo relatos, Jesus teria aprendido com o pai o ofício de carpinteiro. Todavia, antes que sua missão pública tivesse começado, José, seu pai, faleceu. Jesus revolucionou a história, a ponto de dividi-la entre antes e após o seu nascimento. As razões são controversas.

Os Evangelhos descrevem um menino de mente perspicaz, sensível e questionador, como ilustra Joy A. Palmer. Com cerca de 30 anos, ele teria começado a ensinar e pregar, mas não de forma convencional. “Não se enquadrava nos moldes do pregador de rua ou profeta ambulante, papéis comuns por toda a história judaica. Nem se parecia com a elite da época, educada na filosofia grega. Aqueles professores não eram apenas considerados sábios, mas também tinham autoridade adquirida por serem moralmente superiores aos não-educados. O estilo de ensinar de Jesus era igualitário. Isso atraiu a atenção de uma sociedade altamente estruturada e consciente de classes.“

O mais pertinente na sua pessoa teria sido a coerência. Suas ações seriam compatíveis com suas palavras e talvez o jeito como valorizava cada pessoa tenha exercido mais influência do que as suas próprias palavras. “Por exemplo, gastava tempo para ensinar camponeses analfabetos, despendia tempo com as pessoas que eram desprezadas (coletores de impostos), tocava nos considerados impuros (os leprosos) e convidava crianças a vir e se sentar ao seu lado depois que seus discípulos tentaram afastá-las. Jesus dizia repetidamente a seus seguidores que deveriam buscar a verdade e a salvação - o Reino de Deus - dentro de si mesmos“, menciona a autora.

 

Palmer cita ainda que a relação que ele mantinha com seus seguidores era a de um mestre com seus alunos. Na sociedade romana, havia dois tipos de professores: o preceptor, contratado por famílias abastadas para a educação das suas crianças, em casa; e o mestre, que ensinava ciências e filosofia para um grupo de estudantes, numa forma de escola. “Jesus era democrático em seus ensinamentos, mas ensinava com autoridade – uma autoridade não assentada em certificados acadêmicos.(...) Marcus Borg, estudioso de Jesus, sustenta que o Nazareno possuía uma sabedoria alternativa, em contraste com a sabedoria convencional." De acordo com ele, Jesus valia-se da linguagem do paradoxo e da inversão para confundir a sabedoria convencional, apoiada em tradições que não considerava as mais adequadas. Frases como "Benditos são os pobres", "Os últimos serão os primeiros" e "Deixe os mortos enterrarem os mortos" continham mensagens que convidavam à reflexão.

 

Seu principal instrumento de ensino teria sido a parábola – pequena história criada para transmitir um preceito moral –, que levava as pessoas a pensar de forma diferente. Ele trazia uma mensagem de justiça igualitária para todos, de modo pacífico. Teria abalado as estruturas políticas ao questionar a incoerência e a hipocrisia dos homens considerados doutores, especializados no estudo e na aplicação da lei, e ao anunciar, num ambiente politeísta, a existência de um Deus único e misericordioso.

São muitas as personalidades que nortearam a Educação e cuja história, ideias e trabalho deveriam ser objetos de mais pesquisas e debates. Como os preceitos de Jesus deram início a uma nova Era, para não me estender, optei por finalizar com ele. Mesmo porque considero-o o mais autêntico.

Referência:

SCHÄFER, Gerd E. Prozesse frühkindlicher Bildung. Universidade de Colônia, Alemanha, Dezembro de 2001. Disponível em: https://www.hf.uni-koeln.de/data/eso/File/Schaefer/Prozesse_Fruehkindlicher_Bildung.pdf. 

PALMER, Joy A. 50 grandes educadores: De Confúcio a Dewey. São Paulo: Contexto, 2005.

DE CARVALHO, Olavo. Aristóteles em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos. 2ª Edição. Campinas, SP: Vide Editorial, 2013.

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